quinta-feira, 18 de julho de 2013

Vencer ou convencer? Obediência não prepara seu filho para a vida profissional

Um dia estava debatendo com um amigo se os filhos deveriam ser criados para a obediência. Ele dizia que sim, que seu filho tinha que obedecê-lo. Eu dizia que não, que eu tinha que convencer minha filha. Vencer ou convencer? Quando o pai obtém obediência, ele vence a criança: o pai ganha, a criança perde. Convencer quer dizer vencer juntos. O pai que convence ganha junto com seu filho (e vice versa, para o filho que convence o pai), mas quem ganha mais é o filho. Por quê?

Porque a habilidade de convencer e de ser convencido (negociar e/ou mudar de opinião) é uma habilidade essencial para o sucesso no século 21. Se o pai parte para a ameaça e a violência, ele não ensina seu filho a argumentar, negociar, raciocinar, cooperar. Essas habilidades são essenciais para o sucesso nos dias atuais e provavelmente nas próximas décadas. Isso porque as pessoas não gostam mais de quem manda, ordena, oprime, e pede obediência. Funcionários não gostam de chefes, querem líderes. O líder não manda; ele convence, motiva, negocia.

Se você só manda em seu filho, você não ensina essas habilidades. Se ele conseguir uma posição de chefia, será um chefe deficiente, mandão, com dificuldades para motivar as pessoas. Quem vai ensiná-lo? Os amiguinhos? A professora? Talvez. Mas ninguém melhor que os pais.

Você pode dizer que não se importa se seu filho vai ser um líder (duvido que não se importe) mas a habilidade de negociação é importante também para quem vai ser liderado. Nas organizações modernas, quem é liderado precisa saber o porquê das coisas, precisa saber se convencer sobre a importância do que faz. Seu filho não vai saber fazer isso se você só o ensinou a obedecer sem negociar ou perguntar o porquê das coisas (e eu duvido que você consiga formar tal robozinho sem um monte de efeitos colaterais negativos, como a falsidade, a mentira, o corpo mole e a agressividade).

Minha experiência com minha filha de 7 anos nem sempre é fácil. Muitas vezes ela teima (ou sou eu que teimo?). Os argumentos não convencem. Isso é particularmente o caso com alguns alimentos que ela deveria comer mais, como frutas. Mas em geral, se dou a devida atenção, carinho e cuido das necessidades básicas dela (fome, sede, etc.), ela é bastante razoável. E comparando com as crianças que são criadas com base na obediência, minha filha parece muito mais obediente (“parece” porque não é obediência; é cooperação, bom senso).  Outros pais destacam sua habilidade de negociação com outras crianças quando ela vai brincar na casa das amiguinhas. Eu acredito que essa habilidade vem da forma como a educamos. 

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